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O XITIQUE: ajuda mutua essencial nos mercados

O xitique (palavra Tsonga que significa poupança) é uma das formas mais comuns para realizar poupanças nos mercados informais.

Baseado em formas muito simples, o processo inicia-se normalmente a partir de um grupo de amigos ou amigas que se juntam, fixam o montante da contribuição de cada membro e a periodicidade dos encontros para prestação de contas e distribuição rotativa da poupança.

SIMPLES. A forma de pagamento não tem que ser necessariamente monetária, podem ser bens materiais como utensílios domésticos, panos, etc.
Os fundos circulam entre os membros. A sua colecta e distribuição funcionam na base da confiança e empatia, ao mesmo tempo que obriga cada membro do grupo a fazer a poupança de um montante pré-determinado e dentro da periodicidade definida (diária, quinzenal, mensal, trimestral) para o pagamento da sua quota.
ROTATIVO. A distribuição da poupança entre os membros do grupo é feita periodicamente e rotativamente.
Contudo, para casos especiais como doença, morte ou casamento, podem ser abertas excepções à escala dessa rotatividade, desde que haja acordo entre os membros.

 

Os grupos de xitique nos mercados, para além de terem

especificidades que respondem aos interesses dos seus actores sociais, assumem diferentes formas.
VARIADO. Estas formas vão de grupos com uma duração efémera onde os seus membros se juntam apenas para fazer face a um problema concreto (para comprar fardamento escolar ou livros para os filhos, por exemplo), a outros mais duradoiros (comprar mercadorias, melhoramento das bancas, ou uma poupança sem fins previamente determinados), sendo também as contribuições de cada grupo extremamente variáveis.
VITAL. É difícil obter dados precisos sobre as contribuições monetárias de cada membro do grupo, quer pela sua enorme variedade, quer porque alguns trabalham com somas avultadas de dinheiro, ficando esse aspecto no segredo do grupo.
O xitique é vital para a estabilidade dos comerciantes dos mercados, sendo uma experiência que poderia ser mobilizada para gerar iniciativas de gestão social alternativa organizada pelas próprias comunidades.

Fonte: O Papel da Associação dos Operadores e Trabalhadores do Sector Informal, estudo por Teresa da Silva.  

Apenas dois de cada dez moçambicanos possuem uma conta bancária.

 

 

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