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O Mercado do Povo, localizado no coração da cidade de Maputo, sente os reflexos da expansão urbana que caracteriza a capital, e que traz consigo a expansão do mercado informal.



Quando há alguns anos os pontos de venda eram fixos, hoje a realidade se inverteu. Todo tipo de produtos se encontram disponíveis em qualquer esquina da cidade. Uns partilham o passeio com os peões, e outros com veículos nas estradas.

Este cenário representa uma concorrência desleal aos vendedores que se encontram fixos nos mercados e pagam impostos ao Conselho Municipal.

“Hoje os nossos negócios não correm como antes. Temos uma concorrência nos nossos olhos. Mensalmente pagamos taxa ao município, mais eles fazem o seu negócio na maior tranquilidade”, lamenta Amélia Josina, vendedeira do Mercado do Povo.

Alfredo Sitoe, vendedor de frutas e legumes neste mercado desde 1980, olha para o nascimento de supermercados e lojas como sendo a real concorrência no seu trabalho.


Inverno compromete negócio de frutas​


Chega o inverno, e nem todos os vendedores o recebem com agrado. Para Alfredo Sitoe, o inverno é um período crítico no negócio. Da experiência que ele tem, neste período poucas pessoas se interessam em consumir frutas. 

“Frutas não resistem muito tempo. Tenho laranjas compradas há uma semana, e porque já não se encontram em bom estado devo vende-las a um preço promocional. Ontem mesmo tive que levar algumas aos meus filhos”, diz Sitoe, que tem em sua banca frutas,  na sua maioria sul-africanas.



Frutas sul-africanas invadem Maputo



Sitoe explica que a preferência dos clientes e a má conservação de alguns produtos nacionais o levam a optar pelo produtos sul-africanos.

“As laranjas sul-africanas são mais doces. As bananas nacionais, excepto as da Bananalândia, são arancadas ainda muito verdes e enterradas. Acende-se uma fogueira por cima para que o processo de amadurecimento seja rápido. Logicamente não terão um sabor agradável”, explica Sitoe.

​Amélia Josina diz recorrer ao mercado vizinho pela escassez de algumas frutas: “Não existe nenhuma árvore de macã em Moçambique, e ela é muito consumida”.

Os dois adquirem seus produtos nos mercados Malanga e grossista do Zimpeto, em Maputo.





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O desafio de ser comerciante

No inverno, poucas pessoas se interessam em consumir frutas.

As laranjas sul-africanas são mais procuradas que as nacionais.

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