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A culinária está presente no Mercado do Povo, onde clientes que labutam perto passam o matabicho e o almoço.  Aqui é possível comer durante semanas e ser registado num caderno para pagar no final do mês.

Conversamos com alguns clientes  nas barracas das comidas. Fernando Veloso aparenta ter 38 de idade, almoça no Mercado de vez em quando  porque fica próximo do seu serviço: “Não tenho razões de queixa quanto ao atendimento e a comida que é saborosa”.

​Veloso disse que os preços compensam: “Repara que paguei apenas 50 meticais e tenho a certeza que se fosse noutro sítio diferente e com tratamento de luxo despenderia talvez o dobro. Agora tenho dúvidas sobre a higiene do local e das serventes”.

Para Lourindo Luís Jackson,  é a primeira vez que passa as refeições no Mercado. “Uma vez que saí muito cedo de casa e não deu tempo de levar a marmita, optei por vir comer aqui”, explica. “Sempre ouvia os meus colegas a falarem bem da comida e tem a possibilidade de fazer dívidas e pagar no fim do mês”.

Ele pagou 80 meticais por um prato de carne de vaca, xima e salada. “O preço é razoável”, disse Jackson, tendo em conta que  o saco de carvão custa  900 meticais  mais o salário das cozinheiras.


                                                                                           

Come-se a vale

no Mercado do Povo

Um ano depois de volta ao mercado



​Pelo matabicho de peixe carapau, batata, salada e uma chávena de chá, Adriano Malambe, jovem natural de Inhambane residente em Maputo, desembolsou cem meticais. "Este ano é a primeira vez a entrar no mercado, um ano depois. Com os 100 meticais podia fazer um matabicho com mais qualidade e para mais de quatro pessoas em casa”, disse.

 

Não se arrepende por ter matabichado no mercado,

lamentando apenas a falta de controlo de qualidade

das comidas pelos serviços de saúde: “Uma vez

que podem fazer para grandes hoteis, também

deviam fazê-lo em locais como mercados”.

 

E acrescenta: “As vendedeiras de comida devem

procurar manter a flexibilidade e o atendimento condigno

para os clientes não fugirem, porque a concorrência é grande”.

 Arão Nualane

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