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​“O mercado é apenas bonito por fora”

O Mercado do Povo tem sido destino de pessoas de nacionalidades diferentes. Naquele espaço busca-se de tudo: peças de vestuários, produtos de higiene, alimentos, refeições e bebidas de todo o tipo.



Em 2009, nas vésperas das eleições autárquicas, o Mercado foi reabilitado. Nessa altura se criou um escritório e bilheteira.



Algumas bancas beneficiaram de reabilitação, mas a maioria  não têm a mesma sorte há três anos. Enquanto a promessa não se cumpre, os vendedores vêm-se obrigados a partilhar o espaço com a água da chuva.



“Quando chove este espaço fica alagado. Infelizmente, não podemos deixar de vender porque disso depende o nosso sustento”, desabafa Luisa Matamile, vendedeira de alimentos desde 2007. “O mercado é apenas bonito por fora”.

 

Matamile queixa-se da distribuição caótica das bancas: “Há muita coisa que deve ser mudada”.​

 

Uma segurança insegura​ 

 

Os vendedores garantem que o lugar é seguro, havendo guardas de dia e de noite. Quando termina a jornada de trabalho, os vendedores deixam tranquilamente seus produtos nas bancas para encontrá-los no dia seguinte.

Porém, tal protecção não existe quando o assunto é um possível incêndio. As bancas são feitas de material precário. Diariamente, os restaurantes improvisados lidam com fogo e estão muito próximos uns dos outros.

“Sem contar que os vendedores de galinhas estão sempre aptos a assá-las sempre que for da vontade do cliente. Isso representa um perigo caso um destes restaurantes perca o controle do fogo”, comenta a vendedeira Carla Mista.

Inconformados pelo incumprimento das promessas, os comerciantes sentem-se traídos: “O Conselho Municipal usou o dinheiro que estava destinado à reabilitação. Vamos reformá-lo com fundos próprios”.

 

                                                        Cláudia Muguande

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