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O dia-a-dia das cozinheiras no Mercado do Povo

As 8h30, na cozinha do Mercado do Povo, ninguém tem tempo para conversa e não se pode perder nem um minuto. Lenço na cabeça, aventário e colher de pau em punho, cada cozinheira está concentrada nas panelas. O dia-a-dia delas é uma verdadeira competição.Cada uma luta para ter a comida pronta até as 12h. O trabalho é divertido. Enquanto preparam alimentos cantam, são cânticos diversos, desde das festas, casamentos e até religiosos. Conversamos com duas delas.

O Mercado virou escola


Flugência Moisês, 21 anos, é das jovens mais novas que encontramos no grupo das cozinheiras no Mercado do Povo. Lenço na cabeça e aventário, a jovem estava curisosa em saber o motivo da nossa presença.

Enquanto preparava chima, guisado de carne de vaca e outros pratos contava-nos o breve historial da sua parada no mercado. Mãe dum menor de oito meses, Flugência está no mercado do povo há cinco meses. É no mercado onde aprendeu a preparar variedade de pratos. Soridente, a jovem, contou-nos que está no mercado a convite duma amiga.

Durante um mês trabalhou como servente e depois passou à cozinha. O estágio durou um mês, tempos depois passou assumir a responsabilidade de preparar os alimentos. O trabalho é árduo. Considera ser tarefa difícil controlar mais de dez panelas cada/dia.São cerca de 15 h semanais na cozinha, divididas em três dias de 5h cada.

Trabalha-se em escala. Os dias de folga na cozinha, prepara as mesas para receber os clientes. Os alimentos são preparados em fogões metálicos à carvão. Existe o gás mas usam so para aquecer alimentos. O carvão é mais rápido,

Flugência diz que o seu sonho é um dia conseguir dar ao seu filho o que ela não teve, a educação profissional. Ela vive com seus pais no bairro Luís Cabral.O seu marido, jovem e estudante, vive na casa dos pais no bairro Zona Verde.  

De empregada a patroa



Valdina Rafael é uma das cozinheiras que passou de empregada à patroa. Sem formação em  culunária, Valdina empregou-se no mercado entre 2007 e 2009. Tempos depois abriu a sua  banca, na qual trabalha com duas meninas.

Mãe, gestora, patroa é tudo quanto lhe caracteriza. Todas manhãs nos dias úteis excepto domigo e feriados levanta da cama as 4h e as 6h já está no mercado da malanga para fazer compras diárias. Entra na cozinha as 8h com a sua equipa, enquanto uma das meninas prepara saladas,  lume, e a outra limpezas na banca, ela tempeira carnes vermelhas (frango, vaca, cabrito).

Esta, é uma rotina diária que considera ser de sacrifício para conseguir sobreviver. De todas maneiras, ela gosta do que faz e todos os dias junta-se às meninas na cozinha.

Ciente dos problemas de saúde como respiratório que corre risco devido à sua exposição ao fumo de carvão, Valdina diz que nunca sentiu-se mal.

Aliás, ela já foi a uma unidade sanitária devido aos problemas da vista, mas não sabe se há alguma ligação com actividade. Ela usa carvão porque já está acustumada. De facto, todas conzinheiras usam o carvão porque acreditam ser rápido, tendo em conta o volume de pratos que preparam.



Veja! ”De segunda a sábado preparo no mínimo oito pratos/dia e no máximo dez, entre eles feijoada, peixe frito, porco, guisado de vaca e caril de amendoim. Não há verduras”.

 

Cozinha moçambicana

 

MATAPA: folha de mandioca com amendoim



Ingredientes

 750 gr. de amendoim

1 côco
1 kg de camarão fresco ou seco
1 kg de folhas de mandioca
2 litros de água
 sal (a gosto)


Preparar

Pila-se o amendoim até ficar em pó e dissolve-se em cerca de meio litro de água. Rala-se a polpa de côco e espreme-se num passador de modo a extrair o leite de côco.

 

Junta-se a este leite de côco a água com o amendoim. Cozinham-se as folhas (sem água) durante meia hora.
 

Leva-se ao lume a mistura de leite de côco com água de amendoim, e quando começa a ferver juntam-se-lhe as folhas da verdura e tempera-se de sal.

 

Por fim, juntam-se os camarões já preparados e cozinhados e deixa-se apurar uma hora e meia em lume brando. Serve-se com arroz branco ou chima.

 

Veja mais receitas de deliciosos pratos tipicos na página Cozinha Moçambicana.

Maningue nice!

 

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