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Sol e Nevoeiro

Nevoeiro

Sábado, Namaacha amanheceu embrulhada em nevoeiro. Impossivel ver  a mais de 20 metros. As figuras dos peregrinos emergiam da bruma aos poucos. Como o nevoeiro amortece o som, a vila estava estranhamente silenciosa. Parecia um conto de fadas, um romance gótico, a terra dos Hobbits. Por volta das 9hs, o nevoeiro começou a levantar. Ate senti pena, porque foi um momento magico.


Chuva
Sábado a noite, quando a procissão a velas pela vila estava regressando, a 400 metros da igreja, começou a chover como si fosse o dilúvio universal. Embora ensopados, poucos desistiram, embora sem velas acesas. Imperterrita, a Virgem - e seus carregadores - continuou o desfile, as rosas e crisântemos da sua anda refrescadas com a agua, até regressar a seu lugar no palco. A chuva não fez  desistir aos fies que passaram a noite em adoração nas distintas igrejas.


 

Sol

Domingo, sol e céu azul. A lama de terra vermelha refletia os fieis, as cores das capulanas, a igreja. Ninguém se importava muito dela, nem os padres vestidos de branco, nem as senhoras de chinelos enlameados. O céu de um azul intenso compensava pelo matope. A aleluia voava mais alto sob o sol.

Texto e fotos

Mercedes Sayagues

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