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Não basta peregrinar...

Na comunidade de São Vicente de Paulo, no cruzamento de Impaputo, um canhoeiro frondoso sombreia o seu entorno.
É lá onde os peregrinos, cansados e com os pés inchados, encontraram os primeiros apoiantes estabelecidos - um grupo de vizinhos solidários.

 

   A par de outras mulheres, Filomena Mpfumo, de 59 anos e mãe de quatro filhos, ofereceu-lhes uma sessão de massagem e uma xícara de chá.

  Os peregrinos que, dada a ausência da Cruz Vermelha de Moçambique, não encontraram assistência parecida, louvaram a Deus.

   Filomena explica sua motivação em prestar caridade: “Há muitos jovens, no país, que se esforçam a fim de se formarem. Findo o curso, eles não encontram emprego, o que é frustrante”.

   Em Impaputo, a trabalhar com os bóers que possuem bananais, os moços que concluíram a 10ª classe ganham apenas dois mil meticais por mês:  “Eles esforçam-se muito, acordando às 5 horas para retornarem a casa no fim do dia, mas não ganham nada”.

   É nesta realidade que Filomena se inspira para ajudar os peregrinos.

   "Quando alguém tem uma aflição, nunca se dirige primeiramente ao pai. O aflito fala com a mãe ou com a avó”, explica. “Os meninos que peregrinam têm a certeza de que descarregando os seus fardos na mãe de Jesus serão atendidos”.

   Mas a resposta não será imediata. “Não basta peregrinar. A mãe Maria mostra-lhes os passos que se devem seguir, marcados pelo sacrifício, pela caridade e pelo perdão”.

​   O fluxo de peregrinos não acaba. Uns chegam, outros continuam a viagem. Faltam15 quilómetro para chegar a Namaacha – os mais difíceis, subindo as montanhas dos pequenos Libombos.

Filomena não para de atender peregrinos:
​“Gostei de ter prestado apoio às pessoas.
Se Deus me conservar
a saúde, espero que no próximo ano possa dar
o mesmo contributo".
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